Eh! Cachopinho de quem tu és filho?

A resposta era invarialmente: Sou filho do Virgilio, neto da Etelvina e do Chico e bisneto da Xá'Sabel ( Isabel ), o que dava logo a uma resposta invariavel tambem: Ainda somos parentes, dá cá um beijinho. Este ritual repetia-se a cada Verão que passei naquela aldeia em cima do monte de Montalvão. Não cabe neste blog todos os Verões , todas as aventuras que lá passei,hoje lembrei por ver que algum usou a palavra cachopa e fez-me recuar. Recuar ás futeboladas que duravam horas entre charcos e chaparros, a ser titular do Futebol Clube os Invenciveis, que não tinha brasileiros mas o seu plantel crescia no Verão com titulares de todas as zonas do país e venciamos as aldeias vizinhas todas. Lembro da primeira vez que ouvi "money for nothing " dos Dire Straits, atras da igreja, lá no castelo que ja foi antigo cemitério e era local de encontro . Lembro das correrias aldeia a fora a jogar á "verdasca" jogo algo violento onde dois corriam atras dos outros com uma ramo verde na mâo e quando o apanhava : toma lá morangos nas pernas.... Marcas ainda tenho das quedas de bicicleta, na memoria ficou a queda no alcatrão em pleno Agosto que me deixou marcas ate aos ombros, mas não importava estavamos de férias e era tudo nosso. A rir em frente ao ecrã, podia ficar horas a contar aventuras e travessuras daquelas férias. Pouco tenho lá voltado, fico triste por tal, gostava de não ter quebrado os laços, mas apesar de tudo ainda fico um pouco vaidoso, por toda a gente ainda se lembrar do Yokoshi, nome de guerra por eu andar na natação e ser na altura o heroi olimpico portugues, ele e não eu, eu gostava mais de fazer braçadas na barragem do doutor Mário, para onde iamos ás escondidas das tias e avós durante as tardes de Verão. Na foto fica a lembrança do bisavó o unico a ter os olhos azuis e que eu herdei. Lembro-me desta foto, tinha na mão o arco que servia de espingarda e tudo o que me viesse á cabeça, lembro-me da ferraria onde trabalhava e eu dizia cheio de orgulho que os portôes da praça de touros tinham sido feitos por ele. Tenho na minha entrada o postigo da porta da casa dos bisavós, é engraçado como o abrir do postigo e o bater das ferragens me transporta logo para lá, para as noites em que chegavamos tarde e era um castigo conseguir abrir aquela porta sem fazer barulho. Eh!